Dr. Fernando Gomes – Cardiologista
As doenças cardiovasculares, dentre elas, o infarto agudo do miocárdio são as principais causas de mortalidade hoje em dia.
Nos EUA, ocorre um infarto a cada 34 segundos e uma morte por essa causa por minuto.
Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) de 2013 revelam que o IAM foi a principal causa de morte por doença cardíaca no Brasil, tendo sido observado um aumento de 48% entre 1996 a 2011, e com a previsão de que esta patologia se torne a principal causa isolada de morte em 2020.
Conhecido popularmente como ataque cardíaco, o infarto agudo o miocárdio se caracteriza pela ausência ou pela diminuição da circulação sanguínea no coração, o que priva o músculo cardíaco (miocárdio), no local acometido, de oxigênio e de nutrientes, causando lesões importantes que podem levar até a morte de suas células, conforme o tempo de duração do evento. Com isso, o funcionamento do coração, que trabalha como uma bomba mecânica, pode ser seriamente afetado.
O bloqueio ao fluxo de sangue habitualmente se deve à obstrução de uma das artérias coronárias, sobretudo em razão de um processo inflamatório associado à presença de placas de colesterol em suas paredes, a chamada aterosclerose. Na prática, o sangue fica impedido de circular tanto pelo desprendimento de um fragmento dessas placas quanto pela formação de coágulos nas artérias.
Apesar de extremamente grave, o infarto quando precocemente tratado pode ter uma boa evolução, com recuperação da função cardíaca a médio prazo.
Por isso é fundamental o reconhecimento dos sintomas, possibilitando um atendimento médico rápido. Os sintomas mais comuns são: dor referida no tórax (ou peito) contínua, de forte intensidade e sensação de compressão, aperto ou queimação no peito, ardor bastante semelhante à azia. A dor pode irradiar para a mandíbula e para os ombros e braços, mais frequentemente do lado esquerdo do corpo.
Alguns sintomas podem estar associados como suor excessivo, náuseas, vômitos, tontura e desfalecimento, assim como ansiedade e agitação. É importante lembrar que os diabéticos apresentam menos sintomas ou nada sentem ao infartar.
Tão importante quanto reconhecer e tratar precocemente o infarto são as medidas de prevenção de aterosclerose, que impedem a evolução para o ataque cardíaco. Os fatores de risco para aterosclerose são uma série de agressões acumuladas ao longo dos anos, como tabagismo, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, níveis de colesterol alto, estresse, sedentarismo, entre outros.
O diagnóstico do infarto é geralmente feito por um serviço de saúde de emergência, com base nos sintomas e nos resultados do eletrocardiograma – que, em muitas situações, sugere a interrupção da circulação no coração -, e de exames de sangue que medem o nível de enzimas resultantes da destruição de células cardíacas.
O ecocardiograma também pode ser útil, especialmente nos casos duvidosos. Uma vez confirmada a suspeita, outros métodos de imagem costumam ser usados para investigar a extensão da lesão no miocárdio, o local da obstrução e os vasos envolvidos, como o cateterismo cardíaco.
Inicialmente, o tratamento visa a diminuir a lesão no miocárdio e evitar complicações fatais, o que requer a administração de medicamentos para o coração trabalhar de modo mais econômico e para ajudar a restaurar a circulação sanguínea local.
Dependendo do tipo de infarto e da gravidade do entupimento, a desobstrução das artérias muitas vezes requer um procedimento mais invasivo, como a angioplastia e/ou a cirurgia de revascularização do miocárdio.
Empregando as denominadas pontes de veia safena ou de artéria mamária, a intervenção cirúrgica constrói um caminho alternativo para o miocárdio ser irrigado pelo sangue. Já a angioplastia, também chamada de intervenção coronária percutânea, dilata a parte estreitada da artéria doente por meio de um pequeno balão, que é levado até o local da obstrução por um cateter e ali é insuflado para promover a dilatação arterial. Após a obtenção da dilatação e consequente “abertura” da artéria, implanta-se frequentemente um dispositivo metálico denominado stent no local tratado com a finalidade de evitar que a obstrução retorne.
Qualquer que seja o procedimento, o tratamento prossegue com medicamentos e mudanças importantes no estilo de vida, como ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regulares com orientação médica, parar de fumar e fazer um controle rigoroso dos fatores de risco.
É importante deixar claro que quem sobrevive a um infarto, apresenta um risco até 30% maior de ter um segundo evento e por isso necessita de maiores cuidados na prevenção.
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